Marcelo Rebelo de Sousa é Reeleito Presidente da Republica: Discurso da Vitória Com Foco na Pandemia e Reconstrução

       24 de Janeiro de 2021. Um domingo, em plena pandemia com confinamento geral em Portugal. Os portugueses, com as devidas precauções deslocaram-se para votar em todo o país "para dar continuidade à democracia" e à liberdade. 

Já tarde, na noite deste domingo, confirma-se sem surpresa a vitória do nosso Presidente Marcelo Rebelo de Sousa- uma reeleição portanto - ao conseguir ganhar com 60,70% dos votos. 

E de notar uma subida significativa em comparação a 2016, aquando da eleição para o seu primeiro mandato: Uma subida de oito pontos percentuais em relação aos 52% em 2016.

Marcelo Rebelo de Sousa, discursa depois de todos os outros líderes dos restantes partidos. A conduzir o seu próprio carro, dirige-se para o átrio da faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi aluno e professor - e onde fará o seu discurso de vitória. Vai apenas acompanhado por outros carros e motos de jornalistas por ruas vazias devido à pandemia em que a norma - devido à nova estirpe britânica - é ficar em casa.

Uma noite diferente, sem dúvida. Por precaução, no local apenas estarão algumas dezenas de jornalistas para registarem o momento do discurso. E este foi focado na nova realidade do país, a pandemia.

MARCELO REBELO DE SOUSA DIRIGIU A PALAVRA  A TODOS OS PORTUGUESE, A QUEM AGRADECEU A CONFIANÇA: "PROFUNDAMENTE HONRADO"

Com um discurso de vitória mobilizador para a prioridade absoluta que é a pandemia, o Presidente avisou, no entanto, que vai "tirar ilações" do reforço de confiança que sentiu dos portugueses que votaram nele - (todas as freguesias do país lhe deram a vitória) a quem agradeceu "de coração aberto e profundamente honrado", ainda para mais "em tempos tão difíceis".

As primeiras palavras do Presidente foram sobre os números do dia relacionados com a pandemia - com certeza, estevávamos todos à espera de um discurso normal de quem festeja, mas por umas horas até nos esquecemos um pouco da pandemia, não é mesmo? Mas Marcelo quis afirmar a sua missão neste segundo mandato "É a minha missão, a nossa primeira missão: primeiro, conter e eliminar a pandemia, para depois podermos passar para o que tanto precisamos", "a reconstrução", disse. 

Marcelo Rebelo de Sousa, é o primeiro candidato a vencer em todas as freguesias e conseguindo mais de 2 milhões de votos do que em 2016, ganhando maior força política perante a confiança do povo português e sugere "que fará um segundo mandato mais interventivo, sobretudo na gestão da pandemia". Pois retirou duas mensagens "muito claras" dos resultados eleitorais desta noite:

"O segundo mandato não é um cheque em branco", afirmou, considerando que "os portugueses querem mais e melhor em proximidade, em convergência" e na gestão da pandemia, sublinhando a seguir que "entendi esse sinal e saberei dele tirar as devidas ilações". 

A segunda é que deve "tudo fazer para persuadir quem pode elaborar leis, a ponderar a revisão, antes de novas eleições, daquilo que se concluiu dever ser revisto para ajustar situações como a vivida nesta pandemia.

OS PORTUGUESES QUERM UMA PANDEMIA DOMINADA O MAIS POSSÍVEL, QUEREM CRESCIMENTO E A RECUPERAÇÃO DE EMPREGOS E RENDIMENTOS 

E ainda, que acredita que os portugueses " não querem uma pandemia infindável, uma crise económica sem termo à vista, um empobrecimento agravado, um recuo na comparação com outras sociedades", nem "uma radicalização e um  extremismo nas pessoas, nas atitudes, na vida social e política".

Querem antes "uma pandemia dominada o mais rápido possível, querem crescimento, uma recuperação de empregos e rendimentos" assim como o "combate à pobreza e à exclusão e um sistema politico estável com governação forte, sustentável e credível". 

Sobre o sistema de saúde, prometeu "fazer tudo, mesmo tudo, para travar o processo que está a travar o sistema de saúde: "Continua a ser a minha primeira missão, em solidariedade institucional total com a Assembleia da Republica e o Governo, e tentando envolver o maior número de partidos e parceiros sociais", garantiu.

UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA

Com uma mensagem de esperança, terminou o seu discurso: "os portuguese querem um horizonte de esperança, projeto e sonho", sendo "possível reencontrar o que perdemos na pandemia, ultrapassar as solidões multiplicadas, valorizar todos os dias as inclusões, as partilhas, os afetos". E finalizou com as mesmas palavras do seu discurso de 2016, ainda que hoje o contexto sempre diferente "Que acima de uns e de outros, sem separarem uns e outros, viva Portugal!"